Mancha escura no mar volta a aparecer entre as praias do Bessa e Intermares, na Grande João Pessoa 2f36e
5 jun 2025 - Paraíba
Mancha escura no mar de João Pessoa segue sob investigação ambiental — Foto: Reprodução 2n6vs
Uma nova mancha escura no mar, acompanhada de mau cheiro, foi registrada na manhã desta quinta-feira (15) entre as praias do Bessa, em João Pessoa, e Intermares, em Cabedelo. O fenômeno, que vem se repetindo com frequência, ocorre próximo à foz do Rio Jaguaribe e tem despertado preocupação de moradores, turistas e ambientalistas.
Em nota divulgada nesta quinta, a Sudema (Superintendência de istração do Meio Ambiente da Paraíba) explicou que a área é naturalmente uma região de mangue, o que contribui para a coloração escura da água, devido à alta concentração de matéria orgânica em decomposição. Ainda segundo o órgão, essa característica justifica o odor característico observado no local.
No entanto, a Sudema confirmou que o despejo irregular de esgotos clandestinos agrava o cenário. “Esse é um problema socioambiental que está em discussão entre o Ministério Público Federal, o Governo do Estado e as prefeituras de João Pessoa e Cabedelo”, disse o órgão em nota.
Diante da situação, a orientação da Sudema é que os banhistas evitem entrar no mar em um raio de 100 metros do ponto de deságue.
As manchas escuras formadas no mar têm origem no sistema poluído do Rio Jaguaribe, especialmente em um trecho conhecido como “Jaguaribe Morto”, que recebe esgoto doméstico, águas pluviais e resíduos sólidos. O problema está diretamente ligado à urbanização desordenada e à ausência de saneamento básico em áreas próximas ao mangue.
De acordo com o pesquisador ambiental Tarcísio Cordeiro, o cenário é crítico. “A poluição está entrando em todos os trechos do rio, em todos os afluentes. A remoção da vegetação só piora a situação”, afirmou.
A própria Sudema reconhece que a ocupação urbana irregular nas margens do rio e o lançamento de dejetos por comunidades ribeirinhas têm transformado o Jaguaribe em um canal de esgoto a céu aberto, com reflexos diretos na qualidade da água do mar nas praias adjacentes.
O lançamento de esgoto não tratado nos rios e mares compromete ecossistemas costeiros, afeta a vida marinha e coloca em risco a saúde da população. A presença de coliformes fecais e outros microrganismos patogênicos podem causar doenças gastrointestinais e infecções de pele nos banhistas.
Ambientalistas defendem ações urgentes, como o reforço na fiscalização, a universalização do saneamento básico e o desenvolvimento de projetos de recuperação dos manguezais.
Denúncias ambientais podem ser feitas diretamente à Sudema pelo número (83) 3218-5591 ou ao Ministério Público Federal por meio do portal oficial.
O POVO PB
Acompanhe as notícias do POVOPB pelas redes sociais: Instagram e Twitter.